Oh, criatura cega na tua ganância, és guardião ou algoz?

 
Oh, criatura cega na tua ganância, és guardião ou algoz?

Oh, criatura cega na tua ganância, és guardião ou algoz?


Oh homem, com o teu sopro agreste
a terra estremece, a floresta padece,
ecoa a queixa do bosque que se perde
com o teu toque rude que o fere.

Homem, tu és o mestre e o algoz desta dança,
os teus passos ecoam, marcando o compasso,
desfolhas rosas, semeias desarmonia,
na sinfonia do mundo, és o descompasso.

Que futuro aguarda a terra em teus afagos?
Esperança ou desespero, qual dos trágicos fados?
Que sina é esta, que em teu caminho aflora?

Por ti, ó homem, a natureza chora,
desconheces o valor da simplicidade,
és mero intruso na sua imensidade.

Paulo Brites
Fevereiro 2024


Paulo Brites - Poemas - Rio Tinto - Huelva - Andaluzia - Espanha


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