Se passares na minha Aldeia

 

Se passares na minha Aldeia

Se passares na minha Aldeia

Nas vielas estreitas da minha aldeia,
onde os ventos sussurram segredos antigos,
não é o perfume das flores que permeia,
mas sim o eco dos sonhos sentidos.

Se passares na minha aldeia, ó viajante,
não necessitas de trazer oferendas vãs,
pois aqui, o tempo é um eterno instante,
onde se entrelaçam danças e cante.

Caminha pelas ruas de pedra e saibas,
que os suspiros das árvores são canções,
e nas pedras antigas, mil histórias caibam,
dos que partiram e dos que ficaram nos corações.

Se passares na minha aldeia, em passo lento,
não tragas flores, mas sim a tua presença,
pois é no calor do afeto, no momento,
que se tece a verdadeira essência.

Nesta aldeia, onde o tempo não tem pressa,
as flores murcham, mas os afetos permanecem,
e entre os sussurros do vento, na singeleza,
a alma se encontra e os corações florescem.

Paulo Brites
Fevereiro 2023


Paulo Brites - Poemas

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