Um poema ao Grupelho da Aldeia

 
Um poema ao Grupelho da Aldeia

Um poema ao Grupelho da Aldeia

Viajar? Para quê? Perguntam os sábios do sofá, 
que preferem o conforto do mesmo lugar. 
A aldeia vizinha? Um desperdício de tempo, 
quando se pensa que a nossa é um templo.

Viajar é para os tolos, dizem com desdém, 
mas quem nunca foi, nunca sabe o que vem. 
A aldeia vizinha pode ser um espelho, 
refletindo a pequenez do vosso grupelho.

Oh, a ironia de nunca sair, 
de pensar que o mundo é só o que se pode ouvir,
tal qual um sapo no poço, cantando sozinho, 
ignorando o rio e o seu caminho.

Então, continue no seu trono de almofadas, 
enquanto os viajantes descobrem novas estradas. 
A aldeia vizinha? Um tesouro escondido, 
para aqueles que ousam sair do conhecido.

E se, afinal, a nossa aldeia não for a mais bela? 
Talvez seja hora de encarar a janela,
fazer da viagem um treino à mente, 
e perceber que o mundo é surpreendentemente diferente.

Paulo Brites
Out/2024

Almodóvar del Río - Córdoba - Andaluzia - Poemas - Paulo Brites

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