Ó liberdade quão amarga a tua ausência

 
Ó liberdade quão amarga a tua ausência

Ó liberdade quão amarga a tua ausência

Nos corredores estreitos da cidade,
vagueiam almas com sede de viver,
num mar de sombras, procuro a verdade,
mas a liberdade é só um querer.

Presos em teias de convenções,
corações batem ao ritmo do medo,
o amor esconde-se em vãs ilusões,
numa terra de sonhos, ele é um segredo.

As palavras não ditas ecoam no peito,
abraços não dados, sorrisos calados,
é na dor do silêncio que me deleito,
por caminhos trilhados e amores negados.

Mas há uma chama que nunca se apaga,
mesmo na escuridão, insiste em brilhar,
é o amor que resiste, que nunca se apaga,
ainda que o mundo o queira calar.

Ó liberdade, quão amarga a tua ausência,
no olhar dos amantes que sonham em vão,
que se entrelaçam numa triste cadência,
desejando um futuro sem a prisão.

E nas rimas que escrevo, há um lamento,
por cada beijo roubado, por cada canção,
que fala de um amor sem tempo,
num mundo que nega a sua redenção.

Assim, sigo cantando a vida que passa,
com versos que gritam em muda voz,
que a liberdade renasça, que o amor abrace,
num mundo sem medo, num mundo de nós.

Paulo Brites
Agosto de 2024


Havana - Cuba - Poemas - Paulo Brites

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