Abril, tu não tens Dono!

 
Abril, tu não tens Dono!

Abril, tu não tens Dono!

No crepúsculo das memórias que ecoam,
sussurram os ventos da História, que entoam
feitos e falhas do tempo passado,
de glórias e erros num ciclo moldado.

Cinquenta anos, efémero instante,
do 25 de Abril, que o tempo alcança,
em eco de revoltas, de sonhos e gritos,
mas também de sombras, de medos infinitos.

Ó liberdade, palavra tão gasta,
em discursos vãos, por almas contrastas,
em nome de ideais, que se corrompem,
no jogo mesquinho dos poderes que rompem.

Ó povo, que te ergues na praça,
em nome da justiça, na tua desgraça,
mas onde estás agora, ó alma perdida,
enredada nas teias de uma história esquecida?

Não sejas prisioneiro do tempo que passou,
nem vivas à sombra do que já se amou,
olha adiante, ó alma inquieta,
e escreve a história que ainda não está completa.

Que os ideais sejam guias, não algemas,
que o futuro seja a terra das lendas,
onde os que procuram um novo amanhã,
encontrem o lugar onde a esperança não se esma.

Assim te falo, ó Portugal, na voz de poeta,
não vivas de ilusões nem do que te enleia,
segue em frente, ergue-te ó Nação,
que o futuro é o palco da verdadeira revolução.

Paulo Brites
25.04.2024


Efemérides - Poemas - Paulo Brites - Alentejo


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