No charco, a alma encontra expansão
Pelos campos a vaguear, o meu ser a divagar,
um charco sorri, convidando a sonhar:
"Já não és o menino das rimas a rimar",
mas o charco canta: Vem, vem-te libertar.
Na margem ecoa a razão,
mas na lama repousa a minha inspiração,
a criança, na água a dançar,
no brincar da poesia, sem medo de errar.
A lama e o riso são cúmplices na canção,
no charco, a alma encontra expansão,
a idade não importa, o sentir a guiar,
no verso que flui, na rima a vibrar.
Assim, lanço-me à escrita, sem hesitar,
nas palavras encontro um modo de amar,
Bocage e o charco se juntam no meu falar,
na poesia, a eternidade a brilhar.
Paulo Brites
Agosto de 2023
Salinas de Torrevieja - Lago Rosa - Comunidade Valenciana - Alicante - Espanha

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