Quero um Verso que encante no encanto dos Versos

 
Quero um Verso que encante no encanto dos Versos

Quero um verso que encante no encanto dos versos

Entre o lápis e o papel, mora um desejo
de escrever o poema mais belo que há,
um verso que encante, um lirismo que beije
o coração do mundo, num doce suspirar.

Quero palavras que sejam como o vento,
sussurrando segredos de amor e de mar,
quero rimas que ecoem no firmamento,
um canto eterno, um hino a despertar.

Procuro no silêncio, na brisa matinal,
a essência pura, o verbo perfeito,
um traço divino, um sinal
que revele a beleza num único efeito.

Ah, se pudesse capturar o brilho da lua,
a serenidade de um campo em flor,
se pudesse descrever a alma nua,
num verso só, conter todo o amor.

Mas o querer é tão vasto, tão profundo,
que me perco nas curvas da inspiração,
e cada tentativa é um novo mundo,
um sonho que pulsa no meu coração.

E assim sigo, incansável, a sonhar,
entre versos e rimas, na eterna procura,
de escrever o poema mais belo, sem parar,
até que a palavra encontre a doçura.

Porque o querer de um poeta é infinito,
é uma chama que arde, que nunca se apaga,
é a procura incessante, num grito,
pela beleza que na alma se embriaga.

E quem sabe, um dia, no compasso certo,
no abraço sutil entre o céu e o chão,
encontrarei o verso liberto,
o poema mais belo, nascido da minha paixão.

Assim, no silêncio da noite, à luz de uma vela,
risco o papel com sonhos de um poeta,
quero escrever o poema mais belo que já se viu,
um cântico que o coração revela.

Quero rimas que voem como pássaros livres,
versos que dancem no ar com leveza,
um poema que brilhe, que toque e que vibre,
com a pura essência da beleza.

Quero a força do vento, a calma da lua,
a doçura do mel, a frescura da manhã,
e em cada linha, a verdade nua,
um vislumbre do eterno, uma flor crua.

Mas cada verso que nasce, embora sincero,
ainda é pouco frente ao que quero dizer,
pois o coração do poeta é um mistério,
que nem sempre se consegue entender.

É uma viagem incessante, uma fome sem fim,
de tocar o sublime, de alcançar o inatingível,
de fazer do verbo, um hino a mim,
e do poema, um sonho tangível.

E assim, entre rascunhos, vou desenhando
o poema que habita na minha imaginação,
cada palavra, um passo, um comando,
na dança do querer, na arte da criação.

Pois o poema mais belo não se finda,
ele cresce, expande-se, é um ser em formação,
e no coração do poeta, ainda brinda,
a eterna procura pela perfeição.

No âmago do querer, está o saber,
que o poema mais belo não é apenas escrito,
é vivido, sentido, e no amor renascer,
tal uma poesia que o poeta quer escrever.

Paulo Brites
Julho de 2024

Varadero - Cuba - Poemas - Paulo Brites

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