Náufrago de mim na celebração de Abril

 
Náufrago de mim na celebração de Abril

Náufrago de mim na celebração de Abril

Náufrago de mim, em mar de desalento,
numa ilha onde a astúcia se desvanece,
sombras de líderes sem rumo, sem intento,
em terras lusas, a incompetência prevalece.

Não sou o que pareço neste teatro de farsa,
onde a visão e a sabedoria é escassa,
doentes, sem ideias, sem visão, sem compromisso,
continuamos a discutir o tempero do chouriço.

Não sou o que pareço neste aniversário marcante,
reflexo de um povo que lutou e que esperou,
pela primavera de sonhos e de fé,
onde só permanece o querer renascer de pé.

Não sou o que pareço nesta era incerta,
reflexo de um tempo que não se completou,
onde a visão se turva, a mudança se desvia,
e a evolução estagna, como uma luz sombria.

Não sou o que pareço nesta alvorada,
reflexo distorcido de um sonho vão,
de um sistema corroído pela ambição,
onde a evolução se estiola, na má administração.

Portugal, em desgoverno, em desatino sem par,
cansado de líderes que não o sabem ser,
tal qual um fado escrito para um poema sem luar,
Eu, sou apenas eco de um povo que clama por ver.

Enquanto a nação em si sofre em fogueiras,
nestes tempos de desalento e prejuízo,
Portugal, em abril, em celebração e em dor,
tal qual este poema sem fronteiras, sem temor.


Paulo Brites
Abril/2024


Efemérides - Paulo Brites - Poemas - Alentejo

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