Um poema às nossas Praças que morrem de saudades

 
Um poema às nossas Praças que morrem de saudades

Um poema às nossas Praças que morrem de saudades

As nossas praças, tão serenas,
onde o tempo deslizava em doce calma,
hoje ecoam saudades, tristes penas,
a vida que tinham perdeu a sua alma.

Em tempos idos, alegria e riso,
pelas praças se espalhavam,
gentes reunidas, num doce improviso,
com a alma da terra, as suas histórias contavam.

Mas hoje, cheias de gente, mas vazias, 
as praças lamentam-se, os bancos choram de saudade,
e as memórias das vozes ali se acorrentam,
numa dança de ausência, numa triste serenidade.

Sob o sol dourado, os visitantes encontravam,
um encanto nas praças que a história preservava,
turistas que pela tradição se apaixonavam,
em cada detalhe, a autenticidade se revelava.

E eles, observavam com olhos atentos, 
os sabores e cheiros da terra e da praça, 
o pão fresco, o vinho robusto e o queijo saboroso,
e em cada prato, a alma portuguesa se revelava.

Ah, mas olhem as praças de Espanha ou Itália!
Cheias de vida, de cores e de graça,
pessoas que se reúnem com alegria,
numa dança de cultura, num abraço que abraça.

Praças espanholas, cheias de paixão e calor,
o flamenco ressoa, corações acelerados,
em praças italianas, o amor é o fulgor,
que passeia nos compassos da música, riso e sabor.

Enquanto isso, nas nossas praças do passado,
a esperança permanece, à espera de voltar,
que a vida renasça, que o tempo seja encantado,
e as praças recuperem o que perderam do passado.

Que as vozes e os sorrisos regressem com alegria,
e nas praças cheias de gentes da terra, 
novas histórias floresçam,
assim como em praças irmãs, noutra geografia.

Paulo Brites
Agosto de 2023


Toscânia - Itália - Poemas - Paulo Brites

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